sexta-feira, dezembro 10, 2010

Querido Pai Natal...Passa por Moura!

Queridos amigos da S.O.S. Moura

Nesta quadra Natalícia, os nossos meninos escreveram uma carta ao Pai Natal, cheios de esperança de dias melhores, mais quentinhos e mais aconchegados no Inverno, mais abrigados do calor inclemente no Verão.
Este é o seu sonho: melhorias nos canis antigos, contrução de novos canis para poder soltar das correntes e dos abrigos provisórios aqueles que estão presos a uma casota ou instalados onde não veem o sol, pavimentação sem buracos onde fica a humidade, telhados que não os deixem apanhar chuva. É este o sonho dos 142 cães que vivem no canil da S.O.S. Moura.É o sonho de qualquer animal abandonado, que não tem um tecto para se abrigar nem uma caminha quentinha onde se enroscar.
Esperamos que o Espírito Natalício toque o coração de quem os ama, e o encha de calor humano, de solidariedade, de Amor e de boa vontade; que este mesmo Espírito Natalício transforme cada ser humano num Pai Natal e o faça acreditar que as coisas acontecem quando as pessoas se unem por uma causa.

O Orçamento é doloroso, a verdade seja dita, mas não há voluntários ou material doado pelo que, sozinhos, não conseguiremos dar aos nossos protegidos uma melhor qualidade de vida, tão essencial enquanto habitam no canil e não são adoptados.

O melhor orçamento que temos é este:

- Instalação de 3 canis por paineis (mais acessíveis e duráveis que os de alvenaria), com telhados térmicos =1928.07 euros (IVA incluído);

- Pavimentação dos canis e construção de 3 pequenos abrigos para os mesmos (material incluído) = 3500 euros + IVA à taxa em vigor.

Estimativa total: 5.500 euros

Todas as ajudas são bem vindas, e até um euro fará certamente a diferença.

Obrigada desde já a todos os amigos da S.O.S. Moura e dos animais.

NIB: 0045 625 04 0055983 288 90

Nós vamos sempre actualizando a campanha aqui no blogue.

FESTAS FELIZES!!!

quinta-feira, dezembro 02, 2010

O coração é, de facto,apenas um músculo...

Todas as pessoas têm coração. Claro que têm!!! Se o não tivessem, como bombeariam o sangue? Mas é só para isso que serve um coração, não para albergar sentimentos. Que o diga o nosso pequeno rei, D. Dinis, largado, em Março de 2009, ao portão do canil, com um baraço a garantir que dali não saía. Aquele sénior de focinho inchado e ar paciente foi baptizado como D. Dinis e passou a ser um habitante da S.O.S. Moura.


De quem ali o deixou às escondidas, nem sinal... Até ao passado mês de Outubro!

Descontraidamente, um casal apareceu no canil dizendo que vinha buscar o seu cão, que se concluiu ser o D. Dinis. Como se o tivessem deixado de férias, sem nenhum complexo de culpa. Vinham pelo que era seu.

Confrontados com o facto de terem abandonado o animal, escandalizaram-se: tinham-no, sim, deixado no canil (muitíssimo diferente de abandono, claro!), e não tinham dito nada por não haver ninguém no local.

Motivo da "estadia"? O animal estava gravemente doente e não tinham posses para o tratar (à parte o inchaço no focinho, que teve que ser combatido com antibiótico, no canil a doença grave não deu sinais de vida!). Mas garantiam que gostavam muito do seu cão. Muito mesmo. E queriam levá-lo, claro. Afinal, tinham esse direito, pois eram os donos.

Sendo o D. Dinis, por lei, como uma mesa ou uma cadeira, ainda assim se eu deixar uma dessas peças no lixo, alguém a apanhar e levar para casa, penso que não posso ir lá pedi-la de volta.

Mas não é preciso perceber de leis para realizar que estes senhores não têm direito a nada, mesmo que pagassem as despesas feitas com o animal (colocámos a hipótese para ver a reacção, que não se fez esperar: pagar pelo que é nosso? Uma associação não serve para recolher animais?), pois não o perderam nem pediram que ficasse à guarda da associação, apresentando razões. Abandonaram e esqueceram durante mais de um ano, e quem abandona não ama.

A decisão foi de deixar o D. Dinis na sua casota. Ainda que não confortável, no canil quem dele trata tem sentimentos e não apenas um coração que bombeia sangue.

O D. Dinis continua à espera de um dono verdadeiramente humano.